Precificação de Honorários Advocatícios

Em qualquer área passar o valor de um serviço é de extrema complexidade, pois pode ser que você cobre pouco e a pessoa não feche por achar muito, e pode ser que você cobre o justo e mesmo assim não feche contratos. A questão não é o preço em si.

Há uma frase de Cacilda Becker que diz: “Não me peça para dar de graça a única coisa que tenho para vender.”

É com base na frase acima que passar o valor do seu serviço não pode ser algo que lhe gere medo.

Como parâmetro, utilize a precificação dos honorários da tabela da OAB do seu Estado, e com base nela trabalhe seus preços. Se você cobrar abaixo pode ser que feche contratos, mas sempre será buscado pelo preço barato e não pela qualidade do seu serviço, e ainda estará pagando para trabalhar, quando você for reconhecido pela qualidade do seu serviço o valor cobrado será pago como uma consequência.

Se você cobrar pouco pode ser que estará pagando para trabalhar. Por isso ao cobrar lembre do custo do serviço + das despesas geradas + o lucro (valor que lhe restará), feita a verificação você chegará ao valor justo à ser cobrado.

O escritório é SIM uma empresa, que gera lucros e tem gastos, e é por isso que você deve fazer uma gestão financeira.

É de suma importância fixar no contrato cláusulas padrões como: “o CONTRATANTE fica obrigado ao pagamento das custas e despesas como viagem, cópias etc. “

Lembre-se que o valor cobrado em um contrato de honorários passa a ser uma verba alimentar, e o contrato um título exequível, assim prevê o artigo 24 da Lei 8906/84:

Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.

Portanto, mesmo que seu cliente não lhe pague um real do serviço que você prestar, o contrato é um título que pode ser executado, e você poderá receber o valor com juros e correção monetária.